O estêncil é uma intervenção de arte urbana que leva muito pouco tempo para ser realizada. Esta consiste em pintar sobre um muro uma silhueta feita sobre uma matriz. Apesar de suas origens remontarem a Roma antiga, foi durante os anos 60 que alcançou maior visibilidade, particularmente nos Estados Unidos.
Na década de 80, este tipo de arte urbana começou a aparecer nas ruas parisienses graças a Blek le Rat, o “pai do estêncil”. Hoje, um dos principais expoentes desta arte é o britânico Banksy.
Com sua identidade oculta e sendo muitas vezes procurado pela polícia - que muitas vezes apaga suas obras -, Banksy tem realizado trabalhos em Nova Iorque e Londres. Seguindo este estilo, nos últimos anos surgiu Bambi, que já é considerada por alguns como a “versão feminina de Banksy”.
O jornalista da BBC, David Dimbleby, foi um dos primeiros a comparar Bambi a Banksy. O fato de ambos trabalharem no anonimato, deixando seus estêncis como verdadeiras surpresas para os cidadãos, fazem com que as associações sejam inevitáveis.
Segundo o pouco que se conhece de Bambi, principalmente através de sua agente, a artista prefere manter sua identidade oculta por questões de segurança e por ter, assim, maior liberdade criativa. Seu trabalho é considerado vandalismo pela polícia britânica, assim como o de Banksy, que teve, apenas este ano, mais de 40 obras apagadas.
Bambi começou a pintar seus estêncis há cinco anos na região norte de Londres. Entre as dezenas de obras que realizou, três em particular nos permitem conhecer um pouco mais de seu foco.
A primeira delas é “Hero Zero”. Nela é possível ver um homem junto a um cachorro que representa os soldados britânicos que retornaram do Afeganistão. O aspecto agressivo do homem se explica, segundo o jornal The Guardian, por este soldado ter retornado mentalmente instável.
A segunda, “Rude Pope”, mostra o Papa Bento XVI fazendo uma saudação com os dedos incomum a um sacerdote.
Finalmente, o terceiro trabalho mais conhecido de Bambi não é uma crítica social nem uma ironia, mas uma homenagem à cantora Amy Winehouse.
Mesmo que o trabalho de Bambi tenha iniciado nas ruas, recentemente suas obras têm frequentado galerias de arte, um fato criticado por alguns, mas visto, por outros, como parte do processo pelo qual está passando a arte contemporânea.
Veja a seguir alguns outros trabalhos de Bambi.
Via Plataforma Urbana. Tradução Arthur Stofella, ArchDaily Brasil.